terça-feira, 11 de setembro de 2012

Filho Pródigo

Pedi ao pai as palavras que me cabiam
Pois iria perder-me pelo mundo
Já batalhara muito e urgia viver a vida

Com os bolsos cheios de palavras
Fui de esquina à esquina
Desfiando poesias ao vento

E assim passaram-se muitos anos
A regojizar-me dos prazeres mundanos

E um dia, subitamente
Perdi-me na solidão
Pus a mão no bolso
Mas não havia nenhuma poesia
Gastara todas as palavras

Restaram-me as lamúrias
Com as quais agora eu vivo
Enquanto na casa de meu pai
A poesia nunca termina

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