quarta-feira, 3 de setembro de 2014

A poesia ficou careta

Ah, saudade dos arroubos de outros tempos
O coração no limite

Saudade das noites livres
Ah, as noitadas!
Quanto nascer do sol!
Quanta estória em cada esquina!

As doses sem contagem
Os passeios sem rumo certo
A diversão sem agenda

Disciplinei a vida
E a poesia ficou careta

domingo, 13 de julho de 2014

Recorte

Está se arrumando
Ela usa maquiagem da Dior
Pôs música pra rodar
Está tocando Yellow, do Coldplay
É noite lá fora
Será sexta-feira?
Talvez fosse sábado
Eu espero sem pressa
Sentado no sofá
O coração alinhado no peito
Rendendo-me ao ideal doméstico
Embriagando-me com a música

Look at the stars
Look how they shine for you
And everything you do
Yeah, they were all yellow

domingo, 1 de junho de 2014

De quando completei 29

Ah, bons tempos aqueles! À exceção de umas poucas prisões internas, era um homem livre! Tinha vigor físico, era ágil e podia me deslocar sobre o globo. O espírito sempre gostou de sacudir e a matéria dava conta. Fui agraciado pela Providência.

Morava na Ilha da Magia, dançava, brincava de surfar, e gostava de reunir os camaradas na calada da noite para tomar uma bebida e jogar conversa fora. Dolce far niente.

Ah, com certeza! Vou ficar com muitas saudades da época em que fiz 29!

domingo, 30 de março de 2014

Minha missão é comunicar


Sou ioga
Sou união
O elo

Sou equilíbrio
Sou justiça
A razão

Sou norte e sul
Sou leste e oeste
O centro

Sou a vida e a morte
O espírito e a matéria
O laço

Sou palavra
Sou vento
A mensagem

Sou comum
Sou ar
Sou comunicar





domingo, 23 de fevereiro de 2014

Da saúde, da beleza e do autoconhecimento

Há tempos queria escrever este. Mas a inspiração é arrisca como um gato. Nem sempre aparece quando você deseja. Mas agora deu as caras e não hesitei em recebê-la. Mas, sem muitos devaneios, vamos logo ao tema proposto.

Vejam com que audácia estabeleço uma relação entre a saúde, a beleza e o autoconhecimento! Entre os dois primeiros está clara a relação. O belo é saudável e o saudável é belo. Exceções à parte. O saudável é vívido e a vida é bela. Está matada a charada! O belo é atraente porque a vida é atraente. Viver é atraente.

E onde diabos entra esse tal de autoconhecimento? Simples. O autoconhecimento promove a saúde e promove a beleza. Um ser que se conhece, que tem consciência de si e que relaciona-se bem consigo mesmo, com o corpo e com a mente, torna-se belo. E isso lhe faz bem.

Está dito. "Conhece-te a ti próprio e conhecerás o universo e os deuses" (Sócrates)

domingo, 19 de janeiro de 2014

Viva o feminismo!

"...mulher não precisa ser submissa, tem de ser feminina..."

Foi sábio meu colega de filosofias um dia desses quando referia-se a um desses episódios um tanto bizarros da modernidade.

Todo grande movimento, quando se torna muito grande sofre uma certa banalização no seu termo definidor. Debaixo da bandeira do femininismo, abriga-se uma corrente que anda, a meu ver, desfocada e, curiosamente, um tanto contraditória.

A luta justa pela não submissão e igualdade de direitos parece escorrer um pouco pelas bordas para uma atitude que consiste em algumas mulheres buscarem adotar um comportamento que prefiro não chamar de masculino, mas que possui tal reputação.

Não, o discurso aqui não é segregacionista; pelo contrário; promove a união a laços fortes. A questão aqui não é discutir se "fazer algo" é coisa de homem e pode ou não ser feita por mulher. É apenas defender que, seja lá o que for feito, há de ser feito sobretudo com prazer. Não apenas para provar algo.

Ocorre que algumas práticas são adotadas como símbolo para identificar um movimento. Mas adotar um comportamento genérico pode ser tão subversivo quanto o próprio machismo.

Digo também que se a questão é provar capacidades, embora conheça muitos homens com concepções antiquadas sobre as mulheres, por outro lado conheço muitos que não duvidam das capacidades delas. O que mais querem é partilhá-las junto.

Antes que alguém cheire nesse texto algum ar repreensivo à liberdade, vamos logo à questão sexual. Por um mundo com mulheres com mais tesão e manifestação do mesmo. E com iniciativa! Nada mais do que o natural.

Verdade é que há coisas que, por bem, devem ser conduzidas pelo homem. Como na dança, em que o cavaleiro conduz. Ele determina o caminho, o passe a ser feito. Mas entendo que isto por uma questão de proteção. O homem é mais forte fisicamente, o que não tem qualquer conotação de superioridade. Sendo mais forte, deve, por bem, proteger sua dama. Mas a própria dança mostra que a dama também tem seu espaço de atuação, contracenando com o cavaleiro. Ele determina por onde se vai, mas ela, graciosamente, determina o modo.

Homens e mulheres são iguais, na medida em que nenhum é superior ao outro, mas, em outro aspecto, são diferentes e complementares, na medida em que um completa o outro.

Defender que sejam femininas não significa defender que façam ou deixem de fazer algo, mas sim que sejam a essência de sua íntima natureza, que é tão bela! E viva o feminismo!