sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

De ar

Ah... Que devastidão!
Ser do elemento ar
Ter energia pra entrar no mar
E fazer música-barulho
E tirar retratos marcantes

E aprender a dançar
E nadar
E avoar


Ainda dominar
A arte de contar essas coisas


domingo, 25 de novembro de 2012

A beleza


Tenho olhos sensíveis demais à beleza
A beleza e a formosura me comovem
Apreciando, fazem perceber
O quão inspirado estava seu criador

sábado, 3 de novembro de 2012

Revolução

Considerando de onde vim
E constatando onde eu estou
Me sinto uma revolução!

Não falo isso apenas no aspecto material
Como as pessoas costumam entender
Até porque, nesse aspecto
Não me sobra muita coisa

Falo sobretudo
Do que ficou dessas andanças todas
E que, definitivamente
Essas coisas não tem preço!

domingo, 7 de outubro de 2012

...

Nasci com olhos sensíveis demais para a beleza
Irremediável não ser poeta

Quem sabe algumas linhas
Me livre de alguns pecados

Que a poesia seja oração
Que eu me esbanje em gratidão
E que eu possa ser eterno



terça-feira, 11 de setembro de 2012

Filho Pródigo

Pedi ao pai as palavras que me cabiam
Pois iria perder-me pelo mundo
Já batalhara muito e urgia viver a vida

Com os bolsos cheios de palavras
Fui de esquina à esquina
Desfiando poesias ao vento

E assim passaram-se muitos anos
A regojizar-me dos prazeres mundanos

E um dia, subitamente
Perdi-me na solidão
Pus a mão no bolso
Mas não havia nenhuma poesia
Gastara todas as palavras

Restaram-me as lamúrias
Com as quais agora eu vivo
Enquanto na casa de meu pai
A poesia nunca termina

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Ode à vida

Há dias em que estou cansado
Há vezes em que ando inquieto
Mas há dias em que vejo que as todas as coisas
Estão exatamente onde deveriam estar
E o mundo parece absurdamente perfeito

Ouso dizer que gosto desse quadro
Da noite e do dia
Do sol e da lua
É inexplicavelmente bonito

Se um dia ela vier me apanhar
Acho que vou espernear e chorar
Igual uma criança querendo ficar
Vou pedir pra banda tocar mais uma música
Pra festa não acabar!

domingo, 15 de julho de 2012

O significado de ser homem

No desconhecido dia do homem, vale a pena escrever sobre o que significa ser homem, coisa que nem sempre parece ser das mais conhecidas. Ser homem de verdade não é lá muito fácil. É preciso consumir energia, transpirar; enfim, é realizar um trabalho. A inércia não combina com o homem de verdade. O verdadeiro homem é o que sonha, mas sobretudo o que realiza seus sonhos; aquele que tem atitude e que faz escolhas.

É verdade que quando se tem um sonho, o universo conspira para que ele seja realizado. Mas apenas conspira, na exata acepção da palavra. Conspira ao lado do suor despendido. Assim,  os únicos requisitos necessários para um homem fazer grandes realizações é um sonho e um pouco de suor.

O verdadeiro homem é um sujeito humilde. Sabe admitir quando não sabe alguma coisa, mas se dispõe a aprendê-la prontamente. É esse aquele que aprende mais, o que está mais próximo da sabedoria. Sua humildade lhe mostra também, o quão é pequeno perante o todo.

E, por fim, o verdadeiro homem sabe ser grato! Grato pelas ferramentas que lhe foram dadas, com as quais pode conquistar muito! Mas por que é preciso realizar? Porque o mundo é movimento, a vida é movimento, e isso é a única coisa que deve permanecer!

sexta-feira, 29 de junho de 2012

A poesia da vida

Acho que o melhor é levar a vida de uma forma poética. Assim, é possível perceber como ela é bonita sempre. Todos os seus quadros. A mãe que chora. O mamoeiro que floresce em flor. O beijo não roubado da morena rosa, sob a noite de lua. O gato que anda sobre o muro. E o pássaro pescador que, sabiamente, mergulha para apanhar o peixe.

Como são bonitos esses quadros todos! São bonitos porque pulsantes. O importante é pulsar, pulsar sempre. Porque se pulsa, está vivo; e, se está vivo, há esperanças. Com a vida sempre há esperança. E curvemos-nos em gratidão a ela. Obrigado!

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Uma prece


Se me fosse dado fazer um pedido, não pediria muito. Reconheço as coisas que não podem ser mudadas. E por mais que bata o pé e esperneie, ao final nada mais resta senão aceitá-las.

Aceito a estrada infinita, ainda que bastante esburacada, mas pediria que o motor fosse resistente; há muito para percorrer. Não me importo com o desconforto dos solavancos. Contanto que minha condução os suporte, que eles sejam muitos. Utilizarei os dias e as noites. Embora o cansaço sim, o sono não simpatiza comigo e aceito o seu distanciamento. Mas peço que o coração seja forte, robusto, que o motor não superaqueça, e que não falte o ar para refrigerá-lo.

Se me deres estas coisas essenciais, mesmo com muitos arranhões, andarei até perder-me de vista. Não verei mais estas paisagens que hoje vejo e quem sabe verei outras, inimagináveis.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Algumas verdades sobre as coisas

Confesso que a verdade é uma das minhas temáticas preferidas, embora ela já tenha me rendido algumas incompreensões e estranhamentos nas muitas dialéticas travadas pela vida afora, em rodas de bar ou outras circunstâncias quaisquer. Dialéticas essas que sempre iniciam a partir de fatos corriqueiros e que acabam, muitas vezes pela minha influência, enveredando para questões mais profundas e filosóficas.

O termo “questão filosófica” recebe um certo desprezo por parte dos sujeitos ditos “normais”, mas há de se advertir, primeiramente, que a minha filosofia é de botequim, nasce da prática, da experiência e da observação, e carece ou dispensa o rigor por demais abstrato da filosofia da academia e as nomenclaturas todas. É motivada por uma série de perguntas que já trouxe do berço, não se sabe por quê. Há coisas que não se explicam.

Depois desse último parágrafo há de se antever que o conceito de verdade aqui adotado é o mais concreto - e porque não popular? - possível dentro desse nosso universo comum, sem relatividade. Aceitemos, portanto, que uma árvore é uma árvore.

E daí chegamos que a verdade está nas ruas, nas casas, no céu e nas pessoas. Mas muitas dessas verdades não são vistas pelas pessoas, que não costumam procurar por elas. Muitas fogem de algumas verdades como o diabo foge da cruz. Deixam-nas de fora do cerco e criam para si um universo com base na ilusão, num processo de autoconvecimento que legitima sua posição nesse universo e garante um relativo estado de paz.

É compreensível. A verdade incomoda igual pedra no sapato. Por que não expulsar a pedra para fora? Não há nada de errado em expulsá-la. O fato é que ela retornará. Pode-se levar uma vida acreditando em coisas quaisquer, como a crença que somos bons, e que as pessoas são boas ou más, exclusivamente, como nos mostra a telenovela das seis. Podemos passar uma vida toda achando que, em algum momento, pelo menos, amamos, quando o que tivemos a vida toda foram apenas paixões, unicamente paixões dos mais variados tipos. Muitos podem passar uma vida acreditando estarem contribuindo muito para o nosso belo quadro social, quando é a sociedade que tem contribuído para os seus próprios quadros. E outros podem supor-se superiores ou ganhadores, quando o jogo sequer começou.

Um belo dia, uma grande ventania soprará tudo e por debaixo da poeira, sobrará apenas a verdade nua e crua. A verdade resiste à todas as intempéries. O iceberg emergirá e a sujeira acumulada por anos debaixo do tapete virá à tona. Não é profecia. As ilusões e mentiras são criações humanas, e como criações humanas estão suscetíveis a desfazer-se.

Perante esse quadro, restam dois caminhos a seguir. O dos deleites da ilusão total com prazo de validade ou o da tentativa de criar um mundo mais realista e duradouro.

Por fim, não há para o dono da verdade motivo algum para alimentar sua vaidade. Ademais, corre ainda o ilógico risco de ser o mundo dos iludidos a verdadeira verdade, mas acredito que aqui distorcemos o conceito acima estabelecido. E dado que aceitássemos essa hipótese, eu ainda preferia correr o risco.