sábado, 3 de agosto de 2013

Chorinho

Tenho por hábito ao pedir ao barman uma dose simples de um destilado qualquer, solicitar, por favor, que faça a fineza de servi-la com chorinho. O chorinho consiste em derramar a bebida no copo de forma a dar uma considerável transbordada no dosador de 50 mililitros. Não que peça sempre. De quando em quando. Mais comumente quando estou repetindo a bebida. E desde que o sujeito que está a me servir inspire-me um mínimo de simpatia. O fato é que me comove ver o barman servir a dose com generosidade. Acho bonito o gesto.  

Poderia discorrer aqui sobre uma séria de razões, para além do ato puramente gratuito, que fariam por merecido o tal chorinho. Poderia argumentar que sendo eu um sujeito simpático e não um bebum ranzinza, e tendo já consumido algo no bar, poderia falar também que alguns militros a mais no copo não desfalcam o bar, dada a grande margem de lucro em vender uma garrafa de bebida de forma fracionada... Mas vou dispensar o entendimento. O fato é que é bonito. Servir com chorinho é um gesto bonito.

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